29 de fevereiro de 2012

Entrevista à professora Felicidade

A professora Felicidade Manuela Cardoso Matias nasceu no dia 22 de setembro de 1961 e é professora de Língua Portuguesa e de História na escola básica N.R.S. Pensámos em entrevistá-la porque gostamos muito dela e achamos que desenvolve um bom trabalho junto dos alunos.
Carlota Pinto – Fale-nos do seu percurso académico, professora.
Felicidade Matias – Estudei História e Arqueologia, na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Terminei o curso há quase 30 anos e entretanto tenho realizado vários trabalhos e participado em diferentes ações de formação relacionadas com o ensino de História e de Português e com bibliotecas escolares.
CP- Pode falar-nos do seu percurso profissional?
FM- Comecei a ser professora no ano letivo de 1983/1984, em Ponte de Sor, no Alentejo. Já dei aulas em 12 escolas diferentes e já lecionei a adultos do curso noturno e a alunos da escola secundária.
CP- Se não fosse professora, que outra profissão teria?
FM- Adorava ser artista, atriz, jardineira; gosto muito de ajudar as pessoas; também podia ser assistente social.
CP- Na aula de História, disse-nos que já tinha feito escavações. Com que idade começou a fazê-las?
FM-Aos 19 anos.
CP- Porque é que escolheu ser professora de Língua Portuguesa e de História?
FM-Porque são disciplinas que eu gosto muito de ensinar e também estudei para isso.
CP- Prefere lecionar Língua Portuguesa ou História?
FM- Eu gosto das duas. Se as aulas correrem bem, chego a casa feliz e digo para mim mesma: “ Como eu gosto de ser professora!”
Adoro História, mas é uma disciplina com poucas horas por semana, o que não dá para fazer visitas de estudo como gostaria, não dá para dar as aulas como eu acho que se deveria dar aos alunos mais pequenos. Por isso, às vezes fico um bocadinho frustrada. Também adoro lecionar Língua Portuguesa, porque conheço melhor os alunos e temos mais tempo para dar aulas mais interessantes e mais criativas.
CP-O que lhe agrada mais nos alunos?
FM-Agrada-me a sinceridade e a inocência dos alunos e a sua capacidade de dizerem a verdade e de se maravilharem com as coisas.
CP- O que é que lhe desagrada mais nos alunos?
FM- Quando não conseguem compreender que o professor lhes quer bem e não são leais para com os outros.
CP- Mantém contacto com ex-alunos?
FM- Posso considerar que sim; continuo a manter uma relação de amizade com muitos dos meus antigos alunos e acompanho o percurso de vida de um deles.
CP- Partilhe connosco uma situação engraçada/comovente que tenha acontecido nas suas aulas.
FM- Tenho muitas! Umas hilariantes como, por exemplo, a resposta de um aluno a dizer que o castelo de Sesimbra tem 20 anos de existência; e outras mais tristes, como  uma aluna afirmar numa composição que nunca tinha vivido um Natal com a família e tido prendas como os outros meninos. Já dediquei poemas a alunos com problemas e já ri muito com dramatizações nas aulas realizadas por alunos.
CP- O que é que a sensibiliza mais na sua atividade?
FM- Quase tudo, sobretudo ver os meus alunos felizes e ter a certeza de que dei um pequeno contributo para que eles cresçam bem e fiquem mais preparados para a vida.
CP- Que cargos tem desempenhado ao longo da sua carreira e de qual gostou mais?
FM- Sobretudo fui e sou professora de muitas turmas e diferentes anos de escolaridade, mas já fui a presidente de uma escola, no Montijo, a responsável pela biblioteca escolar durante oito anos, nesta escola, e saliento, ainda, fui  a coordenadora de uma turma de currículo alternativo. Todas as experiências e cargos me marcaram muito. Sempre me dediquei de alma e coração a todas as funções, aprendi muito em todas as circunstâncias, mas a minha principal missão é ser professora!
CP- Gostou da experiência de ser professora bibliotecária? Porquê?
FM- Gostei. Adoro livros, bibliotecas, leituras, pesquisas e poder ajudar os alunos a encontrar o que procuram, seja no material livro, seja na internet ou noutro material não livro.
CP- Se fosse ministra da educação, o que faria para melhorar o ensino em Portugal?
FM- Reunia muitas vezes com os professores que trabalham nas escolas com os alunos, para saber o que pensam. Procurava criar as melhores condições para que todos aprendessem: pobres e ricos; lutava para que todas as escolas tivessem bibliotecas, ginásios grandes com piscinas, grandes pátios com relvados, muitas salas livres para vários clubes (música, teatro, arqueologia, literatura, ciências experimentais, artes visuais, etc). Lutava muito para que a educação das crianças, jovens e adultos fosse essencial e prioritária para o governo. Como o sonho comanda todas as as ações humanas, procurava corresponder aos melhores sonhos!
CP – Resta-me agradecer a sua colaboração e dedicação a esta entrevista. Muito obrigada! Até à próxima aula, professora!

                                               Carlota Pinto, 5ºE

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